Da nutrição: it's on

          A postagem tá grande.

          Então, gente, como disse lá na página do Facebook (curte lá!), comecei ontem a segunda fase da recuperação, do cronograma capilar. Então a postagem de hoje vai ser sobre nutrição.

           É importante saber, ainda mais se você está lendo aqui pela primeira vez, que o cronograma capilar tem 3 fases que têm que ser cumpridas na ordem correta. Hoje vou falar na nutrição, que é a segunda fase – para fazê-la, você já tem que ter completado a primeira: a hidratação propriamente dita. Nessa fase você vai usar cremes com agentes de plantas em geral (frutas, aloe vera, ervas), mas não de seus óleos; vitaminas e pantenol. Geralmente são cremes mais baratos e mais fáceis de achar. Pra não ficar repetindo muito, veja aqui.

           Aquilo que falei sobre os produtos de que você tem que correr continua valendo pra fase da nutrição: silicones (maioria dos compostos terminados em –one), óleos minerais são inimigos. Gente, tem que ler o que você passa em você mesma!

É legal também lembrar que na ordem dos ingredientes da composição os primeiros listados são os que vêm em maior quantidade. Um macete que desenvolvi foi observar em que posição vem o princípio ativo que você procura. Por exemplo, você está comprando uma máscara que se diz ser de Argan. Aí você vai olhar na composição e antes do “argania spinosa oil” tem um milhão de coisas, inclusive silicone... isso significa que o creme é baseado em silicone e o princípio ativo está ali só fazendo figuração. Não compre! Isso inclusive serve para o caso de você não achar um produto sem silicones: se o composto terminado em –one estiver lá no fim da lista, beeeem depois do princípio ativo, já é menos mal.

Passei por isso essa semana ao tentar comprar um óleo qualquer: na composição eu via que eles prometiam ser de coco, oliva, argan, mas na verdade eram silicones com um cheirinho do óleo de verdade. Fiquei com muita raiva, gente! Inclusive vi óleos que faziam propaganda sobre isso quando eram livres de silicone... veja só, se isso é motivo de propaganda, então...! Tem que ficar de olho mesmo e, infelizmente, pagar um pouco mais caro. Mas vale a pena.

Daí que fui atrás dos compostos nas máscaras. Na fase da nutrição você vai procurar por coisas mais gordurosas, com mais substância sustância: mandioca, tutano, karité, geleia real, argan, oliva, óleos e manteigas em geral e coisas com mais “gordura”, pra nutrir. Pensa bem: o óleo não hidrata (hidratar: dar/ colocar água), ele conserva a hidratação. Nutrir um cabelo seco é sentença de cabelo feio! Isso vale pra pele também. Óleos corporais não hidratam, mas são ótimos para conservar a hidratação (Lembram que óleo e água não se misturam? O óleo faz uma barreira protetora). Depois vou falar sobre isso.

Continuamos fugindo das proteínas nessa fase! Queratina, arginina e –inas em geral são pra última fase do cronograma. Não adianta um creme que tenha tutano, karité e queratina! Seu cabelo vai ficar duro se não estiver nutrido – seria um bom creme no último dia da nutrição, meio que um mix do fim da segunda fase com o início da terceira.

O PROCESSO:

Comecei com a umectação. Que que é isso: é você besuntar seu cabelo de óleo e ficar com cara de que mora debaixo da ponte. Você tasca o óleo que comprou (pode fazer com azeite de cozinha, hein, mas extra virgem do bom, porfa!) no cabelo. Mas tasca mesmo. Não precisa ficar pingando né, gente, você passa tipo creme e deixa ficar bem oleoso – da orelha pra baixo, senão sua raiz vai produzir caspa suficiente pra exportar! Isso tem que ser feito à noite, antes de dormir. Você passa o óleo e faz piastra/ chapinha/ escova. Não precisa alisar como se fosse sair, a intenção não é deixar liso – é esquentar, porque óleos são, em geral, termoativados. Depois disso você vai dormir e lava o cabelo de manhã, normalmente. Faz favor, Brasil, não esfrega as pontas do cabelo com shampoo! Passa no coco normal e traz as pontas pra cima só pra tirar "o grosso" do óleo. Condicionador, enxagua, pá. Pode usar um pouco do óleo como finalizador depois de lavar – muito, muito pouco mesmo. Se você usar azeite, devido ao cheiro de comida, não aconselho, pois pode ser um atrativo de tarados por coisas com comidas ou mesmo animais na rua. Você não quer ser atacada por, sei lá, pombas. Eca gente. Fora que se fizer sol você vai, literalmente, ser frita. Saudável, no azeite, hein, sua rica. MAS VOLTANDO

O resto é mais ou menos o mesmo esquema, tirando que na nutrição é mais difícil que haja cremes de três minutos – tem que fazer a demorada mesmo. Se você não tiver tempo de fazer toda vez que lavar, sugiro fazer a umectação na véspera do dia em que você não for fazer a máscara. Compre ampola também. Olha o que eu comprei:

Óleo de Argan, Alfaparf (ótima marca! excelente produto!); ampola de leite de  argan (essa não pode misturar na máscara, tem que ser usada pura), da Acquafora (também ótima) e máscara de tutano e d-pantenol da Haskell (15 min de pausa)

*Reparem que a máscara tem agente hidratante, que é o d-pantenol. Não tem problema usar aquilo que é de uma fase anterior, só faz mal adiantar a fase seguinte porque, neste caso, o cabelo não estará preparado para receber o agente.
UPDATE: Gente, estou #shatiada chateada porque percebi que caí num erro de principiante. Como conheço vários produtos muito bons a marca Acqua Flora, comprei a ampola sem ler a composição. Podem me bater! Acabei de ver que ela fere a dica que passei aqui em cima, no quarto parágrafo - o composto Dimethicone (silicone) vem listado antes do argan. Que feio, Acqua Flora! Diluindo os produtos em silicone pra render mais! Não vou usar!

A umectação já foi incrível. Que óleo bom, gente. Frasco de plástico apertável, cheiro super suave... A textura do cabelo chegou num nível que eu nunca vi, só lá nos longínquos 10 anos atrás em que eu não tinha química. Ficou brilhoso e muito, muito macio e parece que ficou “gordinho” (Gente, não sei explicar isso. Contentem-se com essa caracterização porca. Vamos superar isso juntas). O aspecto ainda está elétrico (Sabe quando os fios estão separados? É tipo quando ele não está todo junto, todos os fios), mas é porque (eu já sei que) por causa do meu corte químico, o que eu mais preciso é proteína – o que jamais significa que eu fiz reconstrução proteica sem antes seguir tudinho do cronograma pelos motivos que já falei quinhentas vezes. Mas a textura está demais. O aspecto elétrico também é resolvido com o uso do óleo como finalizador, mas eu não o fiz porque quero testar meu cabelo ao natural mesmo pra sacar os efeitos crus. Não há problema nenhum em se usar um finalizador de qualidade, hein, gente.

Acabem a hidratação de vocês e me contem a progressão dos acontecimentos a partir dos tratamentos. Que funciona, funciona – aquilo que mais fizer diferença no seu cabelo é aquilo de que ele mais necessita e essas necessidades mudam a cada dia com as químicas, secador e até fronha. Vamos cuidando da nossa peruca, né? Bater esse cabelo pelo mundo como se não houvesse amanhã!
UPDATE: A Pamella linda me lembrou que eu não falei a duração do tratamento de nutrição: depois das três semanas da hidratação, a nutrição dura uma semaninha só. não faça muito pois pode pesar. E é sempre legal colocar um dia de creme de hidratação no meio dessa semana, hein!! Tipo isso:
semana 1 - hidratar
semana 2 - hidratar
semana 3 - hidratar
semana 4 - nutrir e hidratar (pode intercalar, caso seu cabelo seja seco. Mas em qualquer caso, N/ H/ N- no caso de 3 lavagens semanais)
semana 5 - hidratar e reconstruir (só 1 ou 2 dias p/ reconstrução)
Bem didático, né.

A Aline linda me lembrou de falar que pode misturar o óleo na máscara! :)
Leia também um resumão do cronograma.